O antropólogo francês Claude Lévi-Strauss morreu na noite 30 de Outubro, com 100 anos de idade (faria 101 anos no próximo dia 28 de Novembro).
Lévi-Strauss é o último grande nome do estruturalismo francês, mas a sua importância e influência ultrapassaram escolas e movimentos.
Com ele, a antropologia ganhou um lugar central nas ciências humanas e atravessou as fronteiras das disciplinas, ao ponto de se poder dizer que a sua obra corresponde ao projecto grandioso de uma ciência geral do humano.
Tendo estudado Filosofia e Direito na Sorbonne, a sua entrada no campo da Antropologia deu-se em 1935, quando foi ensinar Sociologia em São Paulo. Até 1939, ano em que regressa a Paris, faz longas incursões em diferentes tribos de Mato-Grosso. Dessa experiência, resultou um dos seus livros mais famosos, Tristes Trópicos, publicado em 1955.
Entretanto, Lévi-Strauss tinha vivido nos Estados Unidos (de 1941 a 1948), para onde fugiu a fim de se pôr a salvo da perseguição aos judeus. É aí que encontra o linguista russo Roman Jakobson e constrói o seu método baseado em modelos linguísticos.
É a partir deste modelo que Lévi-Strauss estudará as estruturas do parentesco e as regras do matrimónio nas sociedades primitivas, de modo a chegar a uma teoria da cultura. Pensée Sauvage (1962) e Mythologiques (quatro volumes publicados na segunda metade dos anos 60) são dois outros títulos fundamentais da obra do antropólogo francês.
No ano passado, o seu centenário foi universalmente comemorado e ficou bem patente o reconhecimento de que Lévi-Strauss era o último representante vivo das realizações mais grandiosas que as ciências humanas alcançaram no século XX.
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