Como se fossem pessoas, encontramo-los casualmente, às vezes. Outras vezes, procuramo-los. Em certas ocasiões, já os conhecíamos de vista, já nos tinham falado deles. Mas formalmente ainda não havíamos sido apresentados. Alguns são famosos, aparecem nas revistas, nos jornais. Outros, discretos, surgem timidamente nas nossas vidas. Algum amigo os traz, esbarramos com eles, quase sem querer, num canto perdido da livraria, do supermercado, da feira de verão. E, por vezes, há empatias!
Alguns sorriem para nós, modernos, atraentes, leves, descontraídos. Outros, graves, severos, afastam-nos ou, às vezes, inspiram o nosso respeito e admiração e atraem-nos por isso.
O nome próprio é importante. Descreve-nos. Cria curiosidades, expectativas. O nome de família também importa. O criador inscreve-se no tempo pelas suas realizações.
A uns conhecemo-los no momento ideal. Dizem o que precisamos ouvir. Com outros existe o desencontro. Quem sabe, talvez, para os reencontrarmos amanhã.
Quando ousamos aproximar-nos, conhecê-los, alguns são a deceção. Não correspondem às primeiras impressões e abandonamo-los pelo caminho. Outros surpreendem-nos por terem tanto para contar-vivências extraordinárias, experiências incríveis, histórias de sempre, ou até de nunca!
Uns são riachos de águas frescas, paisagens tranquilas e amamo-los serenamente porque são a paz. Outros, explosivos, são a aventura, a excitação e prendem-nos, enlouquecem--nos.
De uma forma ou de outra, é preciso ousar a aproximação, abri-los, conhecê-los. Mesmo que seja para concluir que entre nós existe o desencontro.
Num livro, como numa pessoa, há todo um universo por descobrir!
Maria José Aleixo
1 Comentário:
Tão lindo, Maria José! É isso: eles são o nosso mundo.
Enviar um comentário