A viagem

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Numa grande cidade árabe chamada Meca, governava, há centenas de anos, um rei muito poderoso, invejado pelos mais fortes e temido pelos mais fracos.

Era um rei muito ganancioso, materialista e insensível, que só se importava com o seu poder e em afirmar a sua influência perante os restantes. Não olhava a meios para alcançar um fim.

Este rei, de nome Abdul, tinha um irmão gémeo, Mohamed, que nenhuma parecença tinha com o seu irmão. Mohamed era uma pessoa bondosa, preocupada com os outros, muito generosa. Vivia fora do palácio, numa modesta casa, uma vez que não suportava a arrogância do irmão.

Num encontro familiar em que ambos estiveram presentes, um velho adivinho, amigo da família, fez uma revelação:

- Sei que pouco tempo passaram com o vosso falecido pai, mas ele conhecia-vos melhor do que pensam… Na verdade, mesmo antes de morrer, ele fez-me um pedido. Queria que, três meses após o vosso vigésimo quinto aniversário (hoje), vos dissesse que um tesouro para cada um de vocês se encontrava no maior oásis do deserto a norte de Meca. Assim sendo, ele queria que vocês o encontrassem. Boa sorte aos dois!

Assim que acabaram a refeição familiar, cada um foi para os seus aposentos para se preparar para a viagem que os esperava. Abdul sempre com esperança de que o tesouro fosse algo valioso, como dinheiro… O que movia Mohamed era apenas o facto de cumprir o último desejo do seu pai.

Partiram, assim, em busca do tão desejado oásis, cada um em seu camelo. Viajaram durante três dias e duas noites. Aperceberam-se da falta que sentiam um do outro, das boas recordações que tinham de quando eram crianças, do quanto haviam perdido longe um do outro durante estes anos todos. Então, ao fim se três dias, chegaram finalmente ao oásis. Mohamed já não se lembrava do tesouro que o tinha levado até ali inicialmente. Só pensava na falta que Abdul lhe fazia, a pessoa horrível em que ele se tinha tornado.

Estavam a refrescar-se nas límpidas águas do oásis, quando uma deusa, Safira, lhes apareceu, dizendo-lhes:

- Abdul e Mohamed, após tantos anos separados, voltam agora a juntar-se graças ao desejo do vosso pai. Mesmo quando nasceram, ele consultou um adivinho que lhes disse ao que cada um de vocês estava destinado: Abdul, ele sabia que tu irias ser uma pessoa generosa e tu, Mohamed, alguém ganancioso. Sabia também que essas diferenças vos iriam separar. Por isso, ele quis que vocês fizessem esta viagem, que se voltassem a unir como quando eram crianças, como dois verdadeiros irmãos… Essa reunião, essa amizade, era o grande tesouro que ele queria que encontrassem.

Os dois gémeos descobriram assim, que, apesar das diferenças que os distinguiam, não conseguiam evitar a amizade que sentiam um pelo outro, o verdadeiro amor de irmãos.


Catarina Pestana Aguiar, 10º B

Sorrisos de puro prazer

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Tinha um amigo na pré-primaria que me fazia rir. Era o único, a sério! Desde pequena que me dizem “Inês, ri-te só mais um bocadinho!”, não era porque não gostasse de rir, porque eu gosto, mas porque não sentia necessidade de sorrir a toda a hora! Ria-me nos momentos certos e isso bastava-me. Odiava tirar fotografias e acho que ainda odeio… Bem, não em todas, só naqueles que são tiradas para mostrar aos outros uma felicidade que magoa as bochechas de tão (ir)realistas.

A fugir à regra existia ele, de cabelo e olhos escuros e de cujo nome não me recordo, que me fazia rir a toda a hora com pequenas história que, de tão alegres, confusas e cómicas, despoletavam em mim um sorriso de puro prazer. Lembrei-me dele ao vê-lo numa fotografia antiga onde se podiam vislumbrar dois sorrisos cristalinos e puros. Automaticamente, recuei para uma pequena sala com mesas redondas, de paredes acolhedoras, cobertas de pinturas, com uma janela que despertou em mim uma grande nostalgia. Era a nossa janela, o nosso lugar: de lá, víamos um enorme penhasco que ambos gostaríamos de visitar. Alias, uma vez perguntaram-lhe o que desejaria ter no futuro e ele respondeu: «Uma mochila e uma amiga que queira subir comigo até ali (apontando em direcção à janela).» Lembro-me de sorri, naquele momento, sabendo que ele se referia a mim.

Mas, agora, somos crescidos e como crescidos só queremos ser pequenos e, por isso, para realizar um sonho de meninice procurei-o, mas não o encontrei. Contudo, fui lá sozinha, mas visualizar uma paisagem tão bela sozinha é desgostoso, portanto nunca mais voltei àquele penhasco. No entanto, espero regressar um dia, mas com alguém.

Vitória Proença Cabral, 10ºB

«Pobre é aquele que é rico em ganância»

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Conto Árabe


Há muito, muito tempo, havia um príncipe árabe que era conhecido pela sua astúcia e desafiadora inteligência. Tinha cerca de trinta anos mas, apesar da abundância de tentações, usava apenas esta capacidade para servir Alá, o seu Deus, e nunca para actos indignos. Era também famoso devido a um rumor que vagueava entre a população. Segundo uma antiga lenda ele era senhor de um extraordinário tesouro escondido no deserto e só ele era possuidor do mapa que o localizava. Contava-se que, entre a infinita areia, a mais grandiosa riqueza esperava pelo homem que a encontrasse.

Um dia o príncipe, que sempre havia sido dotado de boa saúde, adoeceu gravemente, ficando mesmo às portas da morte. Ao perceberem a gravidade da situação, muitos dos seus adversários se dirigiram ao seu reino, com os lábios inundados de falsos arrependimentos e palavras piedosas mas despidas de intenção. O seu objectivo era um só: descobrir a localização do tesouro. Mas, apesar de moribundo, o príncipe mantinha toda a sua astúcia, conseguindo adivinhar as suas intenções. Sabendo que estava prestes a partir e consciente de que, com a presença de seus inimigos, a causa da sua morte não seria a doença, engendrou um plano.

Numa noite muito escura, os soberanos hospedados no castelo deslocavam-se até aos seus aposentos e acordaram-no:

- Onde está o mapa? – perguntaram ameaçadores.

O rei indicou-lhes uma gaveta perto da sua cama, de onde eles retiraram uma folha dobrada. Precipitaram-se sobre o príncipe, pegaram violentamente nele e arrastaram-no até à saída dos seus aposentos.

- O meu chá! – implorou ele. – Por favor deixem-me levar o meu chá!

Os seus inimigos foram condescendentes e aceitaram o último pedido do doente, entregando-lhe uma garrafa de chá que ele indicava com ansiedade. De seguida retomaram a fuga e abandonaram-no, a morrer, quando alcançaram o deserto, iniciando a busca do tesouro.

Vaguearam pela imensidão da areia durante toda a noite. Quando a madrugada se espreguiçou no horizonte pararam, exaustos. Só então repararam numa nota na parte de trás do mapa: «pobre é aquele que é rico em ganância».

Foi então que perceberam que tudo tinha sido uma cilada. O deserto era imenso e eles, completamente perdidos acabaram por morrer de fome e sede.

O príncipe teve uma morte tranquila, graças à garrafa de chá que ele previamente envenenara.

O paradeiro do tesouro permanece por desvendar.



Margarida Tomé, 10º G

Aniversário de Fernando Pessoa

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Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.
Ricardo Reis

Segurança e Etiqueta na NET

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Seja selectivo quando adicionar "amigos" (conhece-os realmente e confia neles?), quando aderir a grupos/coisas de que gosta (de que maneira isto se coaduna com o seu perfil?) e quando utilizar uma aplicação (a maioria acede aos seus dados pessoais e lista de amigos e fará uso dos mesmos). As aplicações podem ser tão prejudiciais como o software malicioso nos PCs.

Consulte as definições de privacidade e reveja-as regularmente. Esteja consciente de que pode atribuir os direitos seleccionados a outros indivíduos/grupos de indivíduos (por exemplo, para fotografias, actualizações de estado, etc.). Configure as suas definições padrão de modo a restringir o acesso ŕ maioria dos indivíduos/grupos e conceda-o apenas a um grupo maior, se necessário.

Pare e pense antes de clicar. O facto de clicar impulsivamente num vídeo interessante ou hiperligaçăo, sem pensar nas possíveis consequęncias, poderá trazer-lhe problemas. As burlas mais recentes nem sequer precisam da instalaçăo de aplicaçőes ou da republicaçăo para infectar o PC com malware. Nunca clique em hiperligaçőes só porque conhece o remetente e confirme sempre os URLs antes de clicar nos mesmos: por exemplo, tem um aspecto estranho ou inclui instruçőes para enviar SPAM para a sua lista de amigos com algo como "userwantedtoinvitefriends-automated” ("utilizador_quis_convidar_amigos-automático").

Escolha palavras-passe inteligentes, fortes e difíceis de adivinhar e altere-as regularmente. Utilize, pelo menos, 8 caracteres com uma mistura de letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos. Em alternativa, utilize uma abreviatura de uma frase como, por exemplo, "Adoro tomar 1 café de manhă!" para “At1cdm!”. Ah, é verdade: nunca partilhe a sua palavra-passe com amigos, nem mesmo com os mais chegados!

Certifique-se de que visita as redes sociais apenas a partir de dispositivos ou computadores com protecçăo total e nunca deixe o seu PC sem vigilância enquanto estiver com sessăo iniciada numa rede. As crianças tęm o hábito de publicar coisas estranhas nas páginas das redes sociais dos pais! . Para além disso, active o SSL/HTTPS no Facebook para uma utilizaçăo encriptada (definiçőes da conta/segurança da conta)

Năo publique informaçőes de identificaçăo como a morada, o número de telefone, o aniversário (se for o caso, não indique o ano), a sua localizaçăo, etc. Todos conseguem ver a sua imagem de perfil, por isso, certifique-se de que a mesma é profissional ou neutra.

Não utilize uma linguagem inadequada, não publique informações incorrectas ou não confirmadas, não publique mensagens negativas ou comentários desagradáveis (em especial sobre a empresa onde trabalha, a sua escola, etc.) e não publique informações sob a influência de bebidas alcoólicas (poderá acordar com algo mais do que apenas uma ressaca!). Simplesmente não publique coisas que não diria na vida real!

Não dê permissões adicionais a nenhuma aplicação no Facebook antes de verificar a mesma - especialmente aquelas que oferecem algo gratuitamente ou permitem ganhar alguma coisa. Muitas delas enviam spam automaticamente para o mural dos seus amigos – o que não o tornará popular – e pior, podem recolher os seus dados pessoais para que possam ser vendidos a indivíduos com má reputação. Não se esqueça de que se algo parece demasiado bom para ser verdade, é porque provavelmente o é.

Não faça da sua presença online o centro das atençőes e não sobrecarregue os amigos com actualizaçőes. Não carregue imagens pessoais ou inadequadas, mesmo que as suas definiçőes de privacidade sejam restritas. Lembre-se de que tudo o que colocar online será para sempre!

Não misture publicaçőes do mural com mensagens pessoais. As informaçőes confidenciais ou as conversas pormenorizadas năo devem ser partilhadas no mural, mas apenas através de mensagens pessoais ou do chat. Além disso, certifique-se de que năo "responde a todos", se tal năo for absolutamente necessário.

via Lista RBE

O que é a wikiciências?

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A WikiCiências é uma enciclopédia em linha com os conceitos de ciência elementar. Primariamente, é dirigida aos alunos e professores do ensino básico e secundário pelo que houve a preocupação de coligir os termos que fazem parte do glossário básico dos programas das áreas científicas. Serão uns 1000 termos, segundo algumas estimativas e esse é o objectivo inicial que nos propomos para os próximos meses. A WikiCiências tem acesso livre e todos os artigos publicados são sujeitos a uma avaliação prévia por pares sob a responsabilidade de um editor sectorial. Na fase inicial, os autores foram convidados mas o princípio da avaliação por pares foi respeitado. A partir do lançamento público em 30 de Maio de 2011, todos os artigos ficam abertos à crítica e à melhoria na perspectiva colaborativa típica da internet.

 

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